domingo, 11 de fevereiro de 2018

Hipertensão Arterial em Animais

Diagnosticar a hipertensão arterial é uma tarefa relativamente fácil, mas é necessário um médico(a) veterinário(a) cardiologista com um pouco de experiência para esta tarefa.

Porém, avaliar as lesões dos órgãos alvo (coração, rins, cérebro, vasos), identificar os fatores de risco para as doenças cardiovasculares e diagnosticar, se possível, a causa da hipertensão arterial é uma preocupação constante dos cardiologistas veterinários e dos clinicos gerais.

Como a hipertensão arterial é silenciosa e muitas vezes assintomática, poucas queixas são relatadas pelos proprietários dos animais afetados. Eventualmente ocorrem dores de cabeça na região posterior da nuca ao levantar (notadas por alteração no comportamento do animal sem uma razão plausível ) que quase sempre desaparece com o decorrer do dia, tontura, falta de ar, cansaço com os exercícios, diminuição da visão e, às vezes, sangramento nasal.

O envelhecimento está associado a uma maior incidência de hipertensão sistólica. Quanto mais jovem o animal, mais possibilidade de ter uma hipertensão secundária a uma doença reversível.

Fatores agravantes como alimentação não balanceada, fumo (sim, os cães fumam quando vivem em ambientes de fumantes), estresse, sal, gorduras saturadas e drogas que aumentam a pressão, devem ser investigadas.

O tempo de duração da hipertensão é importante para avaliar a existência de lesões dos órgãos alvo.

No exame físico é importante avaliar a massa corporal do animal para identificar os animais obesos.

Deve-se examinar as artérias femorais para avaliar a circulação periférica. A ausculta cardíaca, o eletrocardiograma e o Doppler-ecocardiograma avaliam o coração.

O fundo de olho fornece informações sobre os vasos retinianos. A ultrasonografia abdominal fornece detalhes sobre os rins e supra-renais complementando o exame físico.

Para averiguar o grau de lesão dos órgãos alvo da hipertensão e o estado geral do animal são necessários exames laboratoriais como: exame comum de urina (EAS), creatinina, uréia, glicose, colesterol, triglicerídeos, ácido úrico, sódio, potássio e CO2.


Origem da hipertensão arterial

Após investigação, o animal hipertenso pode ser diagnosticado como hipertenso, de duas origens:

A primeira é a hipertensão arterial essencial ou primária de causas desconhecidas. Ocorre em 90 a 95% dos hipertensos humanos, e um exemplo é a hipertensão familiar, comum em seres humanos. Em animais ela também ocorre mas não sabemos em que percentual, devido a falta da rotina prática de mensuração da pressão arterial na rotina da clínica veterinária.

A segunda é a hipertensão arterial secundária, que em alguns casos pode ser revertida e até curada, dependendo do diagnóstico precoce que evite a cronificação e as lesões hipertensivas. O segundo grupo, o da hipertensão secundária, como já vimos, é a minoria e geralmente associado a pacientes renais.

Em seres humanos, as principais causas são hipertiroidismo 0,1%, tumores da supra-renal 0,5%, doenças renais 3%, hipertensão renovascular 1%, coarctação de aorta 0,1% e hiperparatiroidismo 0,1%.

A prevalência da hipertensão secundária é da ordem de 5 a 10% da população geral. Infelizmente , ainda não dispomos de dados estatísticos neste nível em cães e gatos, mas em breve , chegaremos lá!



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